12 de set. de 2014

1.o MOTIVO DA ROSA




 Vejo-te em seda e nácar,
e tão de orvalho trêmula, 
que penso ver, efêmera,
toda a Beleza em lágrimas
por ser bela e ser frágil.


Meus olhos te ofereço:
espelho para a face
que terás, no meu verso,
quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.


Então, de seda e nácar,
toda de orvalho trêmula,
serás eterna. E efêmero
o rosto meu, nas lágrimas
do teu orvalho. . . E frágil.  



Cecilia Meireles
In: Mar Absoluto


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