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12 de abr. de 2009

Cecilia Meireles



"Eu canto porque o instante existe

E a minha vida está completa

Não sou alegre, nem sou triste:

- Sou poeta."



Esses versos, a primeira estrofe do poema "Motivo", são bastante significativos sobre a concepção de vida e de arte que manifestou Cecília Meireles.


Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal.

Vista do bairro onde nasceu Cecília Meireles, Tijuca, RJ

O pai faleceu três meses antes do seu nascimento e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Desse modo, foi criada por sua avó, Jacinta Garcia Benevides.

Concluiu o curso primário em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebeu de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomou-se no Curso Normal, em 1917, passou a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Bairro da Tijuca, visto do alto da boa vista

Dois anos depois, em 1919, publicou seu primeiro livro de poesias, "Espectros". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925. Nesse meio tempo, casou-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, que se tornou uma atriz teatral consagrada.

Sala Cecília Meireles

De 1930 a 1931, manteve no "Diário de Notícias" uma página diária sobre problemas de educação.

Em 1934, organizou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.


Seu primeiro marido suicidou-se em 1935. Neste mesmo ano e até 1938, passou a lecionar literatura luso-brasileira e técnica e crítica literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ). Colaborou, ainda, ativamente, de 1936 a 1938, no jornal "A Manhã" e na revista "Observador Econômico". Em 1940, casou-se com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

O Prêmio de Poesia Olavo Bilac, que recebeu da Academia Brasileira de Letras, pelo seu livro "Viagem", em 1939, foi o primeiro reconhecimento da alta qualidade de sua obra poética. De fato, Cecília Meirelles ocupa lugar de destaque entre a chamada Segunda geração do modernismo brasileiro.

Aposentou-se em 1951 como diretora de escola, porém continuou a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ). Da mesma forma, manteve-se ativa e viajou por diversos países do mundo, ministrando conferências sobre poesia e literatura brasileira. Recebeu diversas honrarias, como a Ordem de Mérito do Chile, e o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Nova Delhi, na Índia.



Recebeu o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962 e, no ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. No ano de sua morte, recebeu ainda o Jabuti de poesia pelo livro "Solombra", e, postumamente, em 1965, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra.

Sua poesia foi traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindi e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner.


OBRAS:


Espectro - 1919

Criança, meu amor - 1923

Nunca mais... - 1923

Poema dos Poemas -1923

Baladas para El-Rei - 1925

O Espírito Vitorioso - 1935

Viagem - 1939

Vaga Música - 1942

Poetas Novos de Portugal - 1944

Mar Absoluto - 1945

Rute e Alberto - 1945

Rui — Pequena História de uma Grande Vida - 1948

Retrato Natural - 1949

Amor em Leonoreta - 1952

12 Noturnos de Holanda e o Aeronauta - 1952

Romanceiro da Inconfidência -1953

Poemas Escritos na Índia - 1953

Batuque - 1953

Pequeno Oratório de Santa Clara - 1955

Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro - 1955

Panorama Folclórico de Açores -1955

Canções - 1956

Giroflê, Giroflá - 1956

Romance de Santa Cecília - 1957

A Rosa - 1957

Obra Poética -1958

Metal Rosicler -1960

Solombra -1963

Ou Isto ou Aquilo -1964

Escolha o Seu Sonho - 1964

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