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10 de fev. de 2011

Desventura


Tu és como o rosto das rosas:
diferente em cada pétala.


Onde estava o teu perfume? Ninguém soube.
Teu lábio sorriu para todos os ventos
e o mundo inteiro ficou feliz.


Eu, só eu, encontrei a gota de orvalho que te alimentava,
como um segredo que cai do sonho.


Depois, abri as mãos, - e perdeu-se.


Agora, creio que vou morrer.



Cecília Meireles
In: Poesia Completa
Viagem (1939)

2 comentários:

  1. profundo como todos os poemas de Cecília Meireles. Magnifico blog

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  2. O que há de se comentar sobre tão inabalada incondicionalidade? É tirar o chapéu a saborear cada palavra como se fora o néctar do amor pleno. <3

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