14 de jul. de 2011

Dos campos do Relativo

Dos campos do Relativo
escapei.
se perguntam como vivo,
que direi?

De um salto firme e tremendo,
- tão de além! –
chega-se onde estou vivendo
sem ninguém.

Gostava de estar contigo:
mas fugi.
Hoje, o que sonho, consigo,
já sem ti.

Verei, como quem sempre ama,
que te vais.
Não se volta, não se chama
nunca mais.

Os campos do Relativo
serão teus.
Se perguntam como vivo?
- De adeus.


Cecília Meireles
In: Canções (1956)

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