As arvores,
secas,
descuidadas
plantas.
E a deusa
esquecida,
sem mais
esperanças,
entre pedras
fuscas
e galinhas
brancas.
Ruivo pó do
tempo
na remota
fronte.
Veio de
outras eras,
trazida de
longe:
- na sombra
a deixaram.
Partiram
para onde?
O elmo é de
Minerva:
- mas, com o
Sol no peito,
chamam-na de
Ceres.
E seu lábio
meigo
sorri sobre
o nome,
falso ou
verdadeiro.
Cheia de
silencio,
contempla e
medita.
E há campos
e festas
e feixes de
espiga
na pequena
cova
de sua
pupila.
Seus velhos
poderes
ninguém mais
recorda.
O modesto
plinto
mão nenhuma
adorna.
Para os
homens vivos,
é uma deusa
morta.
Mas o grão
dourado
e a olorosa
terra
e o boi que
desliza
e o sol que
se eleva
e o céu
sobre humano
não se
esquecem dela.
Fazem-se e
refazem-se
os volúveis
dias.
No mármore,
imóvel,
sempre a
deusa é viva,
muito além
dos homens
e de suas
cinzas.
Cecília
Meireles
In: Poemas
Italianos
(Painting Ceres,by Jean Antoine Watteau)
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Seja bem-vindo. Hoje é
25 de out. de 2012
''Ceres abandonada''
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Me gusta mucho tu blog es muy bonito y lo sigo habitualmente
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