
Quem sou eu, a que está nesta varanda,
em frente deste mar, sob as estrelas,
vendo vultos andarem?
Sabem, acaso, os vultos, quem vão sendo?
Sentem o céu, as águas, quando passam?
Ou não vêem, ou não lembram?
Como alguém deste mundo para a lua
dirige os olhos, meditando coisas
e assim no vago mira.
- Para este mundo vão meus pensamentos,
tão estrangeiros, tão desapegados,
como se esta varanda fosse a lua.
Cecília Meireles
in :Mar absoluto e outros poemas-1945-
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