Metamorfose
Súbito pássaro
Dentro dos muros,
Caídos,
Pálido barco
Na onda serena
Chegado
Noite sem braços!
Cálido sangue
Corrido.
E imensamente
o navegante
mudado.
Seus olhos densos
Apenas sabem
Ter sido
Seu lábio leva
Um outro nome
Mandado
Súbito pássaro
Por alta nuvem
Bebido
Pálido barco
Nas flores quietas
Quebrado
Nunca, jamais
E para sempre
Perdido
O eco do corpo
No próprio vento
Pregado.
Cecília Meireles
Viagem, 1.938
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