Que densidades, que obediência
a que ordens invencíveis?
Os ângulos se calculam,
dispõe-se a coesão,
constrói-se a transparência,
ó poliedro!
Unidade repleta de renuncias,
disciplina obscura e predestinada,
mundo cintilante de simetrias,
submersa entrega,
difícil e fácil,
resistente e súbita,
ó poliedro.
Fábula mineral com a poderosa geometria
a enfrentar as incansáveis arestas da erosão,
invisíveis, mas peremptórias.
Abril, 1963
Cecília Meireles
In: O Estudante Empírico (1959-1964)
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