
FORMOU-SE uma rosa
em cima do mar:
nem de âmbar nem de água
nem de coral.
Tão longe do mundo,
quem a vê brilhar?
Pétalas de seda,
espinhos de sal.
Barqueiros, levai-me
para esse lugar,
onde gira a rosa
do temporal.
Rosa do canteiro
de verde cristal
nascida de rios
de muito chorar.
Formou-se uma rosa!
A Estrela Polar
é o seu claro espelho
sobrenatural.
Barqueiros, levai-me,
que todo o meu mal
é de seda e espinho
em batalhas no ar . . .
Barqueiros, levai-me,
que a quero cortar,
prender ao meu peito,
como um sinal
do ardente destino
deste navegar
pelo mundo obscuro
do amor impessoal . . .
Cecília Meireles
In: Canções
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