25 de mai. de 2009

Pelas ondas do mar, pelas ervas e as pedras


Pelas ondas do mar, pelas ervas e as pedras,
pelas salas sem luz, por varandas e escadas
nossos passos estão desaparecidos.

Diálogos foram frágeis nuvens transitórias.
Multidões correm como rios entre areias
inexoráveis, esvaindo-se em distância.

Meus olhos vagos, que já viram tanta morte,
firmam-se aqui: voragens, quedas e mudanças
tornam-me em lágrima. Oh derrotas! oh naufrágios...

A solidão tem duras leis: conhece aquela
insuficiência de comandos e poderes.
Sabe da angústia de limites e fronteiras.

Entre mãos tristes, vê-se a harpa imóvel.


Cecilia Meireles
in Solombra

Um comentário:

  1. Parabéns por sua inciativa de homenagear a eterna Cecilia Meireles.

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