4 de set. de 2009

A chuva chove



A chuva chove mansamente ... como um sono
Que tranqüilize, pacifique, resserene ...
A chuva chove mansamente ... Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine ...

E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono ...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono ...

... Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha ...
Paço de imensos corredores espectrais,

Onde murmurem velhos órgãos árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
Revira in-fólios, cancioneiros e missais ...


Cecília Meireles
In Nunca Mais e Poema dos Poemas

2 comentários:

  1. Pensamos demasiadamente
    Sentimos muito pouco
    Necessitamos mais de humildade
    Que de máquinas.
    Mais de bondade e ternura
    Que de inteligência.
    Sem isso,
    A vida se tornará violenta e
    Tudo se perderá.
    (Charles Chaplin)

    Hoje passando para desejar um final de semana com muito amor e carinho.
    Abraços do amigo Eduardo Poisl.

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  2. Melancólico como só a Cecília sabe ser...
    Belo como só a Cecília sabe ser...

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