Sobre as casas fechadas, a chuva.
Sobre o sono dos homens, a chuva.
Sobre os mortos inúmeros, a chuva.
A chuva noturna sobre as arvores.
A chuva noturna sobre os templos
A chuva noturna sobre o mar.
Sobre a solidão deste mundo, a chuva.
A solidão da chuva, na solidão.
Abril, 1954
Cecília Meireles
In: Poesia Completa
Dispersos (1918-1964)
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