O sol está numa tal posição,
que de todos os lados se vê o mesmo.
Ah, que amor incontestado
podemos dar e ser,
que esfera impecável, impoluta,
de sempre adiado horizonte,
continuando-se, interminável,
na sucessão de si mesma,
afirmando sua duração,
ah, que esfera podemos ser, em sonho,
talvez,
em alma,
quem sabe,
que sol, que totalidade sem arestas,
que evidencia inegável,
em que lugar, em que posição?
1960
Cecília Meireles
In: O Estudante Empírico (1959-1964)
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