6 de abr. de 2011

Desenho


Arvore da noite
com ramos azuis
até o horizonte.


Estendi meus braços,
e apenas achei
nevoeiros esparsos.


O resto era sonho
no profundo fim
da vida e da noite.


A memória em pranto
os ramos azuis
fica procurando.


E de olhos fechados
vejo longe, sós,
meus alados braços.


Ó noite, azul, arvore...
Suspiro a subir
muro de saudade!



Cecília Meireles
In: Retrato Natural

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