21 de abr. de 2009


XX


Não digas que és dono.

Sempre que disseres

Roubas-te a ti mesmo.

Tu, que és senhor de tudo . . .

Deixa os escravos rugirem,

Querendo.

Inutiliza o gesto possuidor das mãos.

Sê a árvore que floresce

Que frutifica

E se dispersa no chão.

Deixa os famintos despojarem-te.

Nos teus ramos serenos

Há florações eternas

E todos as bocas se fartarão.



Cecília Meireles
In: Cânticos

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