
Eu mesma sou a culpada
dos malefícios alheios.
A quem não podia nada
eu é que fui dar os meios
para me ver maltratada.
Vai correndo, fonte pura,
não mires quem te bebeu.
Não queiras ver a criatura
que se nutriu do que é teu.
Salva-te da desventura!
Cecília Meireles
In: Retrato Natural
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